Dr Guilherme Rossi

Você pode pensar que o parto humanizado necessita, obrigatoriamente, de um ambiente intimista, luzes apagadas, banheira, massagem e a presença da doula; o conceito, no entanto, é muito mais amplo e está relacionado ao protagonismo da mulher sobre o processo de parto. Suas escolhas, seus anseios e seus medos são ouvidos, interpretados e atendidos. A tomada de decisões, a todo momento, é compartilhada.

A assistência respeita a fisiologia feminina, considera as decisões da gestante e assegura que todo o processo seja focado na segurança dela e do seu bebê.

Isso não implica que intervenções médicas sejam proibidas, pelo contrário, ter atitudes que garantam a segurança dessa família é fundamental no parto humanizado.

O nascimento da criança nunca deve ser padronizado. Cada mulher tem suas peculiaridades e personalizar o processo aumenta muito a chance da satisfação da família.

parto humanizado

Quais são as características do parto humanizado?

O preparo para o parto humanizado se dá logo no início pré-natal. Informações de qualidade e detalhadas devem ser repassadas à família e todas as dúvidas devem ser esclarecidas antes do nascimento:

  • Explicar riscos e benefícios das intervenções mais comuns: ocitocina, episiotomia e analgesia de parto, por exemplo;
  • Informar sobre as possibilidades de instrumentalização do parto quando necessário (fórceps ou vácuo extrator);
  • Discutir os diferentes estágios do parto e como a família pode ser amparada em cada um deles.

Desde 2005 é lei no Brasil o direito a um acompanhante no processo de trabalho de parto, parto e pós parto. Isso assegura que a mulher não estará sozinha, em nenhum momento.

nascimento em parto humanizado

Algumas atitudes simples e respeitosas podem mudar todo o curso do trabalho de parto:

  • Cumprimentar a mulher com um sorriso no rosto, demonstrando satisfação em estar ali;
  • Indagar se há dúvidas e se há algo que a preocupa;
  • Bater na porta e solicitar permissão para adentrar o espaço que está sendo ocupado pela gestante e seu acompanhante;
  • Personalizar a comunicação de acordo com as necessidades da paciente;
  • Orientar o acompanhante do seu papel no processo e encorajá-lo a fazer parte do momento;
  • Solicitar permissão – e explicar – todos os exames e procedimentos invasivos;
  • Assegurar o resguardo da dignidade feminina diante da exposição que o trabalho de parto implica.

A alimentação da paciente em trabalho de parto deve ser assegurada. Algumas delas podem ter dieta líquida, e outras, leve. É importante explicar a indicação do tipo de dieta de acordo com o andamento do parto.

A avaliação da saúde do bebê deve seguir recomendações baseadas em evidências científicas, evitando que a banalização desse cuidado coloque a vida do bebê em risco e que o excesso de exames leve a intervenções desnecessárias.

O ambiente do trabalho de parto deve ser calmo, com luminosidade personalizada e a posição que será adotada tanto no trabalho de parto quanto no parto deverá ser de escolha da gestante.

Essas medidas simples, que deveriam ser de rotina de toda maternidade asseguram um nascimento seguro e uma experiência positiva, premissa básica do parto humanizado.

Analgesia e parto humanizado

Analgesia significa aliviar a dor. Experiências pessoais de qualquer membro da equipe assistencial não devem ser usadas para influenciar a forma como a dor da paciente será encarada.

Estratégias não farmacológicas devem ser oferecidas antes dos métodos farmacológicos:

  • Imersão em água;
  • Uso do chuveiro ou duchas;
  • Massagem;
  • Acupuntura;
  • Uso de músicas escolhidas pela paciente;
  • Hipnose – na presença de profissional habilitado;
  • Aromaterapia.

Analgesia endovenosa com medicamentos opióides não deve ser utilizada de rotina devido aos seus efeitos colaterais, porém, pode ser considerada em alguns casos selecionados, já considerando que a monitorização da mãe e do bebê deverá ser intensificada.

medicações para alivio da dor

Em relação à analgesia peridural e a analgesia combinada raqui-peridural, elas consistem na administração de determinadas medicações em uma punção realizada nas costas da paciente – semelhante à punção da anestesia para realização da cesariana, por exemplo.

A solicitação materna por esse tipo de abordagem no alívio da dor já deve ser suficiente para sua realização, independentemente da fase em que se encontra o trabalho de parto.

A analgesia peridural já deve ter sido abordada no pré-natal, com a devida apresentação de seus riscos e benefícios:

  • É mais eficaz que técnicas não farmacológicas ou medicações na veia;
  • Não aumenta chance de dor lombar;
  • Não aumenta chance de cesariana;
  • Pode levar a uma maior chance de instrumentalização do parto;
  • Pode gerar um período expulsivo – após a dilatação completa – mais longo que o habitual;
  • Mobilidade da paciente pode estar reduzida após o procedimento;
  • Um cateter poderá ser deixado no local da punção para administração de novos doses, após avaliação caso a caso e em acordo com a paciente.

E o plano de parto?

É um documento elaborado pela gestante – em conjunto com seu acompanhante e com seu obstetra – que proporciona às famílias maior autonomia nas decisões que são tomadas juntas da equipe. Ele é o instrumento gráfico que contribui para o alcance do parto humanizado.

É importante que a gestante tenha suas dúvidas esclarecidas antes da elaboração do documento e entenda exatamente tudo que está sendo colocado ali. Dessa forma, essa ferramenta será de fato útil na humanização da assistência ao parto.

O que contém um plano de parto humanizado?

Seguem exemplos do que pode ser colocado nesse documento:

  • Desejo ou não de tricotomia – retirada dos pêlos pubianos
  • Liberdade para alimentar-se ou ingerir líquidos e, quando não possível, ser informada dos motivos
  • Avaliação com toques vaginais em quantidade não excessiva
  • Uso de técnicas não farmacológicas e farmacológicas de alívio da dor
  • Liberdade na escolha da posição de parto
  • Cuidados com bebê fora do colo da mãe logo após nascimento somente se necessário e com explicação dos motivos

Vale lembrar que não há nenhuma obrigatoriedade de seguir estritamente o que está escrito no documento. Ele é a base da assistência do parto humanizado, mas é flexível, justamente porque o trabalho de parto tem evolução incerta e as vontades da mulher e da família podem mudar ao longo do processo.

Acima de qualquer anotação gráfica fica o resguardo da saúde da mãe e do bebê, item básico do parto humanizado.

É possível uma cesárea humanizada?

Outro conceito enraizado e que nos engana é o de que somente os partos normais podem ser humanizados.

No Brasil, cerca de 55% dos nascimentos ocorrem por cesariana; por isso, é dever da equipe assistencial humanizar essa via de parto, que é a mais utilizada em nosso país.

Você pode ter uma cesariana por escolha própria ou quando há indicação médica do procedimento. Em ambos os casos, a humanização deve reinar:

  • Indicação médica adequada, sem forçar diagnósticos ou situações que façam a gestante crer numa falsa necessidade de cesárea;
  • Respeitar as vontades da mulher levando em conta os preceitos técnicos para realização da cirurgia;
  • Permitir a presença do acompanhante em todos os momentos;
  • Diminuir luz do local e diminuir ruídos na sala cirúrgica;
  • Deixar que a mãe e seu acompanhante possam conversar com o bebê assim que ele nascer, estabelecendo vínculo desde o início da vida da criança
  • Manter o bebê próximo à mãe sempre que possível e o mais breve possível
  • Não amarrar os braços da mãe e nem sedá-la para que o contato com seu filho seja assegurado

Não há razões para associar qualquer mulher que se submeterá a cesariana à perda de sua autonomia ou ao nascimento impessoal. Pelo contrário, as cesarianas são cirurgias que salvam vidas e merecem todos os esforços para torná-la algo intimista, participativa e, acima de tudo, feliz.

E após o nascimento, quais os cuidados humanizados com o bebê?

Um profissional capacitado, geralmente pediatra, deve estar presente na sala durante o nascimento do bebê. Isso transmitirá mais segurança à mãe e ao seu acompanhante de que qualquer cuidado necessário ao recém-nascido será realizado de prontidão.

pediatra na sala de parto

Dentro do conceito de parto humanizado e acolhimento do recém nascido, o contato pele-a-pele imediato após o nascimento deve ser encorajado sempre que o bebê estiver saudável. Por outro lado, a separação da mãe e do filho para procedimentos simples, como pesagem e medição, deve ser evitada, salvo por solicitação da mãe ou necessidade clínica.

Não se recomenda aspiração da boca ou nariz do recém-nascido saudável, tampouco a passagem de sonda nasogástrica ou retal para descartar malformações. Em contrapartida, o aleitamento materno deve ser estimulado logo que possível.

Violência obstétrica: como evitá-la?

Sabemos que, infelizmente, a violência obstétrica é problema de saúde pública no nosso país. Ela é responsável por inúmeros traumas à mãe e pode também prejudicar a saúde do bebê.

O parto humanizado é exatamente o oposto da violência obstétrica: o bem-estar da mãe e do bebê é colocado em evidência, decisões são compartilhadas, a gestante é ouvida e participa ativamente de todo o processo.

Por que devo escolher o Dr Guilherme Rossi para realização do meu parto humanizado?

É essencial que o obstetra que realize o pré-natal já seja habituado com essa modalidade de parto. O Dr. Guilherme se especializou em um hospital que é referência para parto humanizado em Florianópolis, o Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal de Santa Catarina. Após quase 5 anos de HU, o Dr Guilherme se tornou um profissional atualizado e aberto a uma comunicação ativa durante todo o pré-natal, o que já proporciona a ampliação dos horizontes da família em relação à assistência ao parto.

Essa é a importância maior: um obstetra que reúna em si as qualidades técnicas e humanitárias que são fundamentais para a assistência ao parto. Nesses anos de caminhada, o Dr Guilherme procurou sempre aprimorar esses dois componentes da assistência e isso pode ser visto nas suas avaliações do Google.

Clique no botão abaixo e garanta uma assistência digna, correta e humanitária.

Dr. Guilherme Rossi

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Leia também:

Humanização do parto – Ministério da Saúde

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